ANΑLISE ESTATΝSTICA DOS DADOS
8.12.1 Coleta de dados e definição da tabela com os descritores e objetos.Embora haja alguma divergência em relação ao total de municípios do Estado do Mato Grosso, sobretudo por existirem alguns processos de emancipação e algumas homologações ainda pendentes, para a execução desse trabalho também foi adotada a base municipal publicada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN-MT, 2000), que define um total de 139 municípios.
Dessa forma, os 139 municípios foram dispostos nas linhas da tabela e os descritores ou as variáveis, inicialmente selecionadas, foram arranjados nas colunas.
Em um primeiro esforço, para consolidação das variáveis que compuseram essa análise, foram reunidas aproximadamente 200 variáveis, considerando-se o potencial hipotético de sua correlação com a dinâmica de queimadas. A Tabela 5 apresenta o conjunto dessas variáveis selecionadas e suas referidas fontes e datas.
Tabela 5: Variáveis selecionadas e fonte de obtenção.
VARIÁVEL
Fonte
Área do município (ha)
IBGE
Área do município (ha)
Sistema Informações Geográficas
Fator1 queimadas (1995 a 2003)
SAS
Renda Per Capita em 1991 e 2000
IBGE
Índice de Desenvolvimento Humano em 2000
PNUD / IPEA
População residente em 2000
IBGE
Número de tratores em 1996
IBGE Censo Agropecuário 95-96
Área desmatada (ha) em 1999 e 2000
FEMA
Total da área desmatada (ha) até 1999 e 2000
FEMA
Porcentagem de área desmatada até 1999 e 2000
FEMA
Rebanho bovino em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PPM 2000
Produção de algodão (ton) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Valor da produção de algodão (mil reais) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Área plantada com algodão (ha) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Produção de cana de açúcar (ton) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Valor da produção de cana de açúcar (mil Reais) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Área plantada com cana de açúcar (ha) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Produção de milho (ton) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Valor da produção de milho (mil Reais) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Área plantada com milho (ha) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Produção de soja (ton) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Valor da produção de soja (mil Reais) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Área plantada com soja (ha) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Valor da produção agrícola das lavouras temporárias (mil Reais) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Área das lavouras temporárias (ha) em 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001
IBGE PAM
Financiamento agropecuário (Reais) em 1999 e 2000
BACEN
Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (Reais) em 1999 e 2000
BB, Superintendência MT
Arrecadação de Tributos Federais_todos (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto sobre Produtos Industrializados (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto sobre Operações Financeiras (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
VARIÁVEL
Fonte
Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto sobre Importação (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Arrecadação de tributos federais_outras receitas (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto Sobre Exportação (Reais) em 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (PASEP) (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto de Renda (Reais) em 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto de Renda Retido na Fonte (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Impostos e Taxas Estaduais (Reais) em 1995 e 1996
SEFAZ MT
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Reais) em 2000
SEFAZ MT
Benefício Instituto Nacional de Seguridade Social (Reais) em 2000
INSS MT
Contribuição Social sobre Lucro Líquido (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Contribuição para o Fundo de Desenvolvimento da Atividade Fazendária (Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Contribuição para o Regime de Prev. Dos Servidores(Reais) em 1999
Ministério da Fazenda Delegacia Receita Federal MT
Arrecadado Instituto Nacional de Seguridade Social (Reais) em 1999 e 2000
INSS MT
Distribuído Instituto Nacional de Seguridade Social (Reais) em 1999 e 2000
INSS MT
Número de focos de calor em 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000
INPE/FEMA
Fundo de Participação Estadual e Fundo de Participação Municipal (Reais) em 1999 e 2000
Ministério da Fazenda
Número de Indústrias em 1998 e 1999
Ministério do Trabalho e Emprego, RAIZ
Número de funcionários em 1998 e 1999
Ministério do Trabalho e Emprego, RAIZ
Produção de carvão vegetal (ton) em 1997 e 1999
IBGE
Produção de lenha (m³) em 1997 e 1999
IBGE
Produção de madeira em tora (m³) em 1997 e 1999
IBGE
Número de agências bancárias e cooperativas de crédito em 2000
BACEN
Número de contratos com o Programa Nacional de Agricultura Familiar em 2000
Superintendência do Banco Brasil MT
Valores contratado com o Programa Nacional de Agricultura Familiar em 2000
Superintendência do Banco Brasil MT
Número de focos de calor em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003
INPE/Embrapa
Área dos assentamentos (ha) em 1999 e 2000
INCRA
Número de famílias assentadas em 1999 e 2000
INCRA
Antes de submeter o conjunto total de dados ao protocolo definido no SAS, uma primeira avaliação desse conjunto procurou reduzir as mais de 200 variáveis, através da elaboração de uma análise de correlação entre a variável F1 de queimadas e as demais variáveis reunidas (Anexo 3 e 4), para a identificação dos pares com os melhores coeficientes de correlação e níveis de significância. As variáveis que não apresentaram uma correlação significativa com o F1 foram eliminadas.
Posteriormente, buscando reduzir as redundâncias inter-variáveis, foram efetuados dois tipos de análise e seleção. Em uma primeira verificação, procurou-se eliminar aquelas variáveis que apareciam mais de uma vez, como por exemplo as componentes das séries temporais de dados de um determinado cultivar, as da série temporal de rebanho bovino etc. A seleção de uma única data para cada série temporal foi efetuada considerando-se a abrangência e a distribuição dos dados, bem como a relação temporal dessa variável selecionada em função das demais variáveis do conjunto todo. Em outras palavras, essa avaliação procurou formatar um conjunto que mantivesse uma coerência temporal inter-variáveis.
A segunda seleção para eliminação das redundâncias concentrou-se na identificação dos casos menos evidentes e foi responsável pela definição e manutenção de uma única variável para cada cultivar. Apesar de tratarem de ordens de grandeza e medidas diferentes, as variáveis de "produção", "valor da produção" e "área plantada", para os diferentes cultivares e para as culturas temporárias em geral, acabaram apresentando fortíssima correlação e foram resumidas a uma única variável para cada cultivar.
Observando-se a Tabela 6, verifica-se que os maiores coeficientes de correlação (r) e os menores níveis de significância (n.s.), estabelecidos entre essas variáveis e a F1 de queimadas, foram definidos com a variável de "área" plantada.
Tabela 6: Coeficiente de correlação e nível de significância entre o F1 de queimadas e as três variáveis das culturas temporárias.